A Praça Dezessete homenageia os heróis da Revolução Republicana de 1817. A origem de seu traçado remonta ao adro calvinista dos templos em forma de cruz grega, assinalados por Franz Post nas referências à Cidade Maurícia. Em 1846, registra-se a presença de um chafariz de mármore com a escultura de uma índia representando a nação brasileira, fabricada por italianos de Gênova. Neste período, o espaço foi ajardinado. Por abrir-se para as águas, em 22 de novembro de 1859, aqui desembarcou D. Pedro II e sua comitiva, ficando esta borda conhecida como Cais do Imperador e o largo, Praça D. Pedro II. Finalmente o conjunto, Cais e Praça, consolidaram-se como um espaço público denominado Praça Dezessete, às margens do Rio Capibaribe. Foi remodelada na década de 1930 no governo de Carlos de Lima Cavalcanti e em 1936, o paisagista Burle Marx reforçou a composição incluindo esta Praça em um complexo jardim distribuído por seis quadras, considerando a arquitetura, o espaço público e a monumentalidade das vias como partes de uma mesma paisagem. A praça relacionada à Igreja do Divino Espírito Santo e ao Grande Hotel, hoje Fórum Tomaz de Aquino, mantém-se aberta para as águas reforçando a ideia de eixo longitudinal contemplado pelo paisagista, além dos transversais de conexão com o entorno.
Flora
A massa vegetal da Praça Dezessete se caracteriza pela presença maciça do fícus-beijamina que define o contorno do lago e do espaço do monumento à Sacadura Cabral e Gago Coutinho, algumas palmeiras-de-Maracartur e lírios.
Estrutura
Postes de iluminação de ferro; Bancos de madeira tipo veneziano; Espelho d’água com fonte e escultura de uma índia; Monumento em homenagem a Sacadura Cabral e Gago Coutinho; Piso em pedra Itacolomy.
Localização
Localização: Situada entre a Rua do Imperador Pedro II e a Av. Martins de Barros até o Cais do Imperador às bordas do Rio Capibaribe, no Bairro de Santo Antônio, centro histórico do Recife.
Área: 4.684,24m2 (praça + cais + banheiros públicos = 2.049,72 + 573,24 + 11,56)
Intervenções: projetada por autor desconhecido (1877), redesenhada por Roberto Burle Marx (1937) e reformados os jardins pela arquiteta da Prefeitura do Recife, Brena Lúcia Remígio (1994).
Entorno
A Praça Dezessete no recorte do Bairro de Santo Antônio, marcada pela simetria do eixo longitudinal em direção às águas e os eixos transversais de conexão entre as edificações do entorno, entre o Cais e o primeiro jardim e entre o primeiro jardim e o segundo, as vias – Avenida Martins de Barros e a Rua do Imperador – caracterizam-se como de grande fluxo de automóveis, o que dificulta a travessia dos pedestres entre estes espaços. Já no segundo jardim, próximo à Rua Duque de Caxias, a Praça foi beneficiada por ser esta uma rua de pedestre, o que facilita o acesso a este trecho da Praça, e consequentemente, ao seu espelho d’água e jardins em frente à Igreja do Divino Espírito Santo.